sábado, 28 de fevereiro de 2015

O viver no amor



Prof. Izaias Resplandes de Sousa
Nós vivemos tempos de ódio, de desentendimento, de egoísmo e de falsidade. No entanto, com muita facilidade, vemos as pessoas abrindo a boca para dizer a outra: eu amo você.

Amar parece que virou uma mentira banal, quando deveria ser o sentimento mais profundo e verdadeiro a brotar do coração de alguém. Temos aprendido que aquele que ama, não busca os seus próprios interesses antes de atender aos interesses daquele que diz amar. Ele pensa primeiro no outro e não em si. Esse é realmente o primeiro e grande princípio do amor.

E nesse sentido, a Bíblia diz que o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, 1 Coríntios 13:4-7.

Quantos nãos para dizer, contrário senso, que o amor não pode ser identificado com quaisquer desses defeitos humanos. E que é sentimento profundo que brota da alma, que se incomoda com a maldade, com a inveja, com o pouco caso de muitos...

Ah, o amor! Há tanta coisa inclusa nesse pacote etiquetado com o verbo amar. Com certeza, passaríamos a vida toda tentando viver alguns momentos em cada uma delas e não esgotaríamos o conhecimento singular de todo seu conteúdo. Mas podemos destacar dentre elas, uma que é tão importante quanto ele:  o perdão. 

Aquele que ama de verdade é capaz de perdoar sempre, ainda que a ofensa tenha sido muito grave. Se alguém não é capaz de perdoar outrem é porque não ama essa pessoa e talvez nunca a tenha amado, porque o amor nunca falha com o outro.

As profecias poderão ser aniquiladas; o falar em línguas, poderá cessar; a ciência poderá desaparecer, mas o amor nunca falhará. É isso que entende de 1 Coríntios 13:8.

Se formos nos aprofundar nesse estudo, meus queridos, veremos que o viver no amor, para o cristão, implica em um estar disposto a um sacrificar permanente de quase tudo em favor do outro. Sim, quase tudo, porque Deus e sua Palavra jamais poderão ser sacrificados por qualquer coisa.

Assim diz a Bíblia: Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. Mateus 10:37.

É assim que o amor a Deus deve estar acima de tudo. Esse é o primeiro grande mandamento, um ensinamento do próprio Senhor Jesus Cristo. Quando lhe perguntaram qual era o grande mandamento na lei,  Jesus disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento, Mateus 22:36-38.

No entanto, em que pese o amor a Deus estar acima de tudo, não há dúvida de que aquele que ama a Deus, antes de tudo também amará a seu irmão de todo o coração. Não é possível amar a Deus, sem amar seu irmão. Quem pensa que isso é possível, engana-se a si mesmo e vive mais uma das grandes mentiras do amor. É o que afirma a Palavra de Deus.

Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão, 1 Jo 4:20,21.

Deus está muito acima de nós em todos os sentidos. É certo que temos por objetivos estarmos um dia e para sempre com Ele, no reino dos céus, que está muito além do reino da terra. Mas para que isso aconteça nós temos que nascer de novo, temos que nos tornar novas criaturas, temos que avançar além do individualismo que marca nossas vidas. Faz-se necessário que aprendamos a amar, da forma como Deus nos amou, sem visar recompensas pessoais, sem querer levar vantagem de alguma forma. Só o verdadeiro amor pode nos salvar de nós mesmos e de um triste destino nas profundezas do inferno.

O céu é para aquele que aprendeu a amar. E é Deus quem nos ensina sobre o verdadeiro amor, posto que ninguém nunca amou alguém da forma como Ele amou, ao ponto de ofertar-se a si mesmo, na pessoa do Filho Unigênito, em sacrifício vital pela salvação de todos nós. É nessa escola de Deus que devemos buscar a nossa salvação. Não importa o quanto seja ruim o nosso semelhante. Não importa se ele presta ou não presta, se em nosso conceito ele vale a pena ou não. Se não formos capazes de amar essas pessoas que consideramos inúteis e desprezíveis, não seremos aptos para o reino dos céus.

É isso que significa viver no amor. Deus prova o seu próprio amor para conosco, dando-nos seu filho Jesus para morrer por nós quando nós ainda éramos pecadores. O amor deve ser demonstrado exatamente àqueles que são menos queridos e que Deus ama tanto quanto a qualquer outro e talvez até mais, porque estes precisam de doses ainda muito mais elevadas de seu amor. 

Na verdade, quando oferecemos essa demonstração de amor aos demais, nós estamos testemunhando que, de fato, nós somos discípulos de Jesus. Essa é a prova que ele nos mandou oferecer. E se somos, verdadeiramente, seus discípulos, nós cumpriremos os seus mandamentos, principalmente a este mandamento de amor.

E então todos conhecerão que somos discípulos de Jesus, quando nós demonstrarmos que amamos, de verdade, uns aos outros. João 13:35.

E então todos saberemos que somos amigos de Jesus, quando fizermos o que Ele nos mandou fazer. João 15:14.

É de ver que a falta de amor na vida das pessoas é a razão das tristezas, dos sofrimentos, das separações, das brigas e das discussões sem sentido. Quem vive no amor, deve buscar o entendimento, a paz e a união. Esse é o cerne da grande mensagem que recebemos da parte de Deus.

Assim diz o apóstolo Paulo:

Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco. 2 Coríntios 13:11.

Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz. 1 Coríntios 14:33.

E, por último, ao encerrarmos essa reflexão, queremos destacar as três perguntas de amor feitas por Jesus, a Simão Pedro em João 21:15-17. 

Diz o texto sagrado que, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros, João 21:15.

Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas, João 21:16.

Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas, João 21:17.

A conclusão é que o viver em amor implica em um assumir responsabilidades de cuidado, de zelo, de carinho e de atenção para os mais frágeis, os menores e todos aqueles que precisarem de mais atenção dos homens. Aquele que quer amar é preciso estar disposto a isso a viver esse tipo de vida, de coração, de alma e de mente.

Não há dúvidas de que seja muito fácil dizer que se ama alguém. A língua pode ser rápida para falar “eu te amo”. Mas a realidade, bem diferente disso, tem demonstrado que a maioria dessas declarações de amor são vazias e mentirosas, não passando de meras teorias. Eu as chamo de mentiras de amor.

E, amar, meus queridos, não é um princípio meramente teórico. Não é uma mentira. Não é um simples jogo de palavras, que se lança da boca pra fora. Amar é uma prática de vida iniciada por Deus e que deve ser desenvolvida com empenho e dedicação por todos aqueles que de fato desejam se tornar filhos de Deus e herdeiros das moradas do reino dos céus.

Que Deus nos abençoe e nos ajude a nos aperfeiçoarmos no amor.

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