sábado, 6 de setembro de 2014

Poxoréu - MT

O VOTO RACIONAL

PROF. IZAIAS RESPLANDES

Como é meu costume fazer em todos os anos eleitorais um esclarecimento aos irmãos sobre a sua responsabilidade nesta área, aqui estamos mais uma vez realizando esse trabalho, fazendo um paralelo com o texto sagrado, visando auxiliar aos irmãos na difícil tarefa de escolher seus candidatos dentre os milhares que se apresentam nessa condição.
Eleição não é brincadeira. Ao escolher os governantes e os legisladores de nosso Estado e de nosso País, estaremos escolhendo alguém que irar colocar um jugo sobre nossas costas. Estando eles eleitos, possuem o direito de estabelecer fardos de responsabilidades para nós carregarmos ou executarmos.
A sabedoria consiste em escolher os candidatos que irão colocar fardos mais leves sobre nós. Não se vota em alguém do qual não se tenha um mínimo de conhecimento. Hoje é muito fácil conhecer um candidato. A mídia eletrônica torna isso bem mais fácil. Desse modo, antes de decidir votar em alguém, faça uma pesquisa na mídia eletrônica. Procure conhecer esse candidato. Não assuma compromisso no escuro. Não é apenas a sua vida que será afetada pela sua escolha. Toda a igreja sofrerá as consequências, qualquer que seja ela. De forma que todos nós, meus queridos, temos grande responsabilidade neste processo seletivo eleitoral.
Vamos à Bíblia buscar alguns paralelos para melhor entendermos essa questão...
A Bíblia traz uma breve narrativa sobre a história dos judeus. Eles tiveram várias formas de governo. No início eram governados pelos patriarcas. Depois vieram os juízes, os reis e, atualmente, Israel é uma República Parlamentarista governada pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu e tendo como Chefe de Estado, o advogado Reuven "Ruby" Rivlin, eleito em junho de 2014, para um mandato de 7 anos.
O último juiz do Israel bíblico foi o profeta Samuel. Ele foi um bom juiz, mas já estando velho tomou a decisão de nomear seus dois filhos como juízes em seu lugar, o que foi um desastre, porque:
 “seus filhos não andaram pelos caminhos dele, antes se inclinaram à avareza, e aceitaram suborno, e perverteram o direito” (1 Sm 8:3).
Esse é um risco que corremos ao eleger alguém para nos governar em um sistema político como o brasileiro, no qual os eleitos possuem mandatos de quatro anos, a exceção dos senadores que têm mandato de oito anos.
Ninguém vem com uma estrela na testa dizendo que será um bom governante ou um bom representante. De forma que poderemos errar em nossas escolhas e termos que sofrer amarguras por conta disso até o término dos mandatos, visto que é bem difícil cassar o diploma de um eleito, embora não seja impossível, já existe previsão legal para tanto.
No Israel bíblico, o povo entendeu que era melhor encerrar a era dos juízes e escolher um rei. E então pediram isso a Samuel, o qual não gostou da ideia, mas consultando a Deus, o qual embora também não se agradasse da decisão, concordou com a decisão, apenas mandando que Samuel esclarecesse quais seriam os direitos do rei.
Assim diz a Palavra: 
“Conforme a todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até ao dia de hoje, a mim me deixaram, e a outros deuses serviram, assim também fazem a ti. Agora, pois, ouve à sua voz, porém protesta-lhes solenemente, e declara-lhes qual será o costume do rei que houver de reinar sobre eles” (1 Sm 8:8-9).
A atitude de Deus não poderia ser diferente. Como Criador, havia feito o homem dotado de livre arbítrio, com direito de tomar as decisões que desejasse. Todavia, o Senhor sempre advertiu ao homem sobre suas eventuais escolhas, antes dele tomar suas decisões.
Lembremos de Adão, o primeiro homem, feito diretamente pelas mãos de Deus, do pó da terra e se transformado em alva vivente pelo sopro divino em suas narinas.
Após a sua criação, diz a Bíblia que 
“tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:15-17).
As normas jurídicas são compostas de duas partes: preceito e sanção, sendo que no preceito encontra se a conduta ordenada pelo direito, podendo ser de proibição, obrigação ou permissão, enquanto que a sanção encerra a consequência da inobservância do preceito.
A ordem de Deus para que o homem não comesse da árvore do conhecimento era o preceito da lei divina. E a sanção estabelecida para a desobediência da norma era: Se dela comeres, certamente morrerás!
E assim acontece com todos os preceitos de Deus. Eles trazem um alerta para que o homem evite a conduta perniciosa, que ocasiona danos, que é prejudicial, nociva, ruinosa ou perigosa. E o homem tem a liberdade de decidir se faz ou não faz. Foi um homem desse tipo, aquele que Deus criou. O que ele espera é que tão somente, cada um de nós aja de forma responsável, não apenas pensando em si mesmo, mas pensando sempre no coletivo, preocupando com todos e não apenas com seu próprio umbigo.
Mas voltando a Samuel, eis que ele falou: 
“Todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedia um rei. E disse: Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós; ele tomará os vossos filhos, e os empregará nos seus carros, e como seus cavaleiros, para que corram adiante dos seus carros. E os porá por chefes de mil, e de cinquenta; e para que lavrem a sua lavoura, e façam a sua sega, e fabriquem as suas armas de guerra e os petrechos de seus carros. E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras. E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais, e os dará aos seus servos. E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais, e aos seus servos. Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos. Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia. Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei” (1 Sm 8:10-19).
Nem sempre o bom conselheiro é ouvido. O povo do Israel bíblico preferiu não ouvir aos conselhos de Samuel e assumiram a responsabilidade de sua decisão. Nós também temos liberdade de seguir aquilo que nós achamos melhor, ao invés de ouvir aos nossos líderes confiáveis. Mas  orientação bíblica é no sentido contrário, ou seja, o desejo de Deus é que sejamos prudentes e tomemos e sigamos orientações com as lideranças que cuidam de nossas almas em nome de Deus. 
Assim diz a Bíblia em Hb 13:17  
“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil”.
É evidente que até nisso prevalece o nosso livre arbítrio, no sentido de ouvir ou não ouvir. Todavia, aquele que toma conselhos, com certeza haverá de tomar a melhor decisão, principalmente se ouve as pessoas certas, que realmente estão sempre do seu lado, orando, ensinando e cuidando de você.
Nos últimos dias, como professor, ouvi muitos alunos dizendo que não vota em fulano, não vota em sicrano e et cetera e tal. E a todos perguntei por que? E não tinham uma resposta. Então os orientei a pesquisar sobre os candidatos que eles diziam não votar, com o objetivo de conhecê-los. E também sobre aqueles que pretendiam votar. Disse-lhes que o importante é não votarmos no escuro. É preciso saber o que estamos fazendo. E a máxima que se escuta tanto por aí, de que “todo mundo é corrupto”, “todo mundo é ladrão”, pode não ser sempre a verdade. Não é porque uma pessoa diz que o outro não presta, que realmente seja assim. Pode ser que seja um adversário, por ser que seja algum invejoso... Tudo é possível. O melhor mesmo é pesquisar em várias fontes, ouvir pessoas de sua confiança, para só então tomar a sua decisão, a qual ainda com todas essas cautelas, poderá ser errada, mas como já disse, “ninguém vem estrelado” e errar é perfeitamente normal, é humano, conforme diz o ditado. Mas, somente se acerta, correndo o risco. Aquele que se omite, corre um risco ainda maior, pois pode ver eleito e ficar sob o jugo da pessoa que abjeta, que não gosta, que não aprova... De qualquer forma, as consequências de seus atos serão antes de tudo sofridas por você. E isso vale tanto no plano material, quanto no plano espiritual. A Bíblia diz:
 “tudo que o homem semear, isso também ceifará!” (Gl 6:7).
Se a pessoa que nós votamos for eleita, nós seremos responsáveis pelos seus atos, porque ela agirá em nosso nome. E se ela também não for eleita, também seremos responsáveis pelos atos do que foi eleito, porque do mesmo modo, essa pessoa que não votamos, também agirá em nosso nome. O eleito não representa apenas os seus eleitores, mas a todo o conjunto da sociedade.
Está errado o comportamento daqueles que se elegem pelo voto do povo e que depois de eleito vai engrossar as bancadas suprapartidárias na Assembleia Estadual ou Federal, como se ouve tanto dizer: a bancada evangélica, a bancada ruralista, a bancada empresarial, entre outras.
Segundo o DIAP – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar:(http://www.diap.org.br/~diap/images/stories/publicacoesDIAP/Radiografia_011/Radiografia_011_P35.pdf:
No atual Congresso Nacional:
“um em cada três parlamentares é proprietário ou sócio de algum estabelecimento comercial, industrial, de prestação de serviços, ou ainda proprietário de fazenda ou de indústria agropecuária. Segundo levantamento parcial do DIAP, há 273 parlamentares nessa condição, sendo 246 deputados e 27 senadores”.
Essa é a bancada empresarial, “a mais expressiva, do ponto de vista numérico, embora nem sempre atue de modo articulado, como a bancada ruralista, por exemplo”, conclui o DIAP.
O Jornal “O Impacto” também registra matéria sobre as bancadas. A matéria está disponível em: http://www.oimpacto.com.br/artigos/jose-alves/as-bancadas-no-congresso-nacional-2/. A matéria diz o seguinte:
“É dezessete o número dos grupos organizados por deputados e senadores. O maior deles cuida dos interesses de empresários e industriais. É composto por 273 parlamentares. Em segundo vem os que estão à disposição dos fazendeiros, agropecuaristas e integrantes do agronegócio, com um total de 160 parlamentares. A menor bancada está composta por 8 parlamentares, comprometida com instituições financeiras. Apesar de pequena tem poderes para atender os desejos dos beneficiados”.
Essa não é uma atitude honesta para com o povo eleitor. Nos palanques, eles prometeram defender os interesses do povo, mas quando chegam lá, tornam-se partidaristas desta ou daquele interesse pessoal. Nós temos que aprender a votar. O mau representante deve ser expurgado de nossas preferências. É absurdo o que se vê hoje em dia. O candidato já foi condenado não sei quantas vezes pela Justiça e continua sendo candidato. E o pior de tudo, com reais possibilidades de se eleger.
Meus queridos, nós não devemos ser partidaristas. A Bíblia nos orienta nesse sentido em Fp 2:3:
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”. 
Nada façais por partidarismos, ou por facções, dizem outras versões. Não há nenhum problema em votar em um candidato de um partido para um cargo e votar em outro candidato de outro partido para outro cargo. O que importa que façamos uma escolha consciente, que o nosso voto seja racional e não resultado de inflamações de pessoas que querem distorcer a verdade e nos induzir a erro.E para encerrar essa exposição eu quero fazer a propaganda do meu candidato. Todos falam bem de seus candidatos, mas eles podem errar em suas avaliações. Mas eu tenho certeza que se você eleger o meu candidato para ser o seu governante, você jamais se arrependerá, porque ele é perfeito, ele nunca errou e em sua boca nunca houve dolo. Ele é amigo de verdade.
A Bíblia diz em Jo 15:13:
“ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua própria vida em favor de seus amigos”. 
Isso é o que fez o meu candidato. Ele veio ao mundo para nos salvar das consequências dos nossos atos errados, para nos resgatar e nos reconduzir aos caminhos de Deus. Eu sei que você já percebeu que estou falando de Jesus. Sim! Eu estou falando dele, o amigo perfeito, o governante perfeito, o intercessor que, dia e noite, vela por nossas causas junto ao Pai, contra as astutas ciladas do maligno.
Eleja com consciência os seus candidatos. Queira o melhor não somente para você, mas para todos.
“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1 Pe 2:22).
O leite racional é o que vale a pena, é o que é verdadeiro, que é de boa origem e de boa fama, é o que virtudes e o que merece louvor. 
É o que diz o apóstolo Paulo em Fp 4:8
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”.
Então essa a mensagem que temos para hoje. Espero que ela possa ajudar você a refletir e fazer a melhor escolha nas próximas eleições. Mas acima de tudo, não deixe de eleger a Jesus como o governante de sua vida.

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